Mestrando
Guilherme José Mota Silva
REFLEXÕES INTRODUTÓRIAS SOBRE A OBJETIVIDADE DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO NAS ELABORAÇÕES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS DOS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA
1. Introdução
O debate sobre a objetividade do conhecimento científico está presente desde a fundação das ciências sociais. Com a emergência da era moderna todas as transformações promovidas a partir da Reforma Protestante, da Revolução Francesa e das revoluções industriais, além de todas as mobilizações e agitações decorrentes desses três marcos históricos, era necessária uma formulação capaz conta de interpretar todas essas transformações que passava a sociedade.
É nesse contexto de transformações que a sociologia é fundada por August Comte, nesse momento inicial tomando emprestado das ciências naturais um aporte metodológico e epistemológico. Com isso, já no início da disciplina reclama-se dos pesquisadores a construção de um conhecimento científico objetivo.
Para tanto seria necessário apropriação de todo um instrumental metodológico e de concepções epistemológicas que garantissem um distanciamento dos objetos de estudos, a libertação das pré-noções e a análise dos fatos empíricos como fundamentais no processo de compreensão da sociedade.
As bases para a construção de uma ciência objetiva apontada desde Comte acompanham todo o processo de desenvolvimento das ciências sociais. O debate sobre a possibilidade de construção de um conhecimento científico realmente objetivo permeou e até hoje é atual nas reflexões das ciências sociais. E a partir disso surge a problematização: é possível de fato construir um conhecimento objetivo quando pesquisador e “objeto” estão em interação e compartilham o mesmo espaço social?
A concepção da necessidade de construção de uma ciência objetiva apontada por Comte e a assumida ou reinterpretada por diversos outros autores, que lhes foram posteriores, apresenta-se, portanto, de maneira