mestrando
Cuba via Miami. E foi naturalmente para os autores da ilha, amedrontados pela revolução, que se voltaram as redes de TV, a começar pela pioneira, a TV Tupi. Dessa forma, O direito de nascer, lançada em 1964, foi uma adaptação do folhetim radiofônico homônimo que inundara as ondas da ilha caribenha em 1946. Como em Cuba, o folhetim teve um fim, enquanto nos
Estados Unidos se prolongou por décadas. Pela primeira vez, a vida parava em São Paulo e no
Rio de Janeiro por meia hora, várias vezes por semana... mas não ao mesmo tempo. A novela ainda não era diária e a transmissão em rede não existia: tão logo o episódio ia ao ar em São
Paulo, a gravação era encaminhada por avião ou carro para o Rio de Janeiro, então a capital do país. Ao final de todo capítulo da telenovela Viver a Vida5
(Rede Globo), vai ao ar o depoimento de uma pessoa real que conta uma passagem de sua vida que tenha sido superada. Esta não é a primeira vez que este recurso é utilizado nas telenovelas, ele já havia sido empregado nas telenovelas O Clone (2001), de Gloria Perez, e
Páginas da Vida (2006), de Manoel Carlos.
Na trama de Viver a Vida a personagem Luciana, interpretada por Alinne
Moraes, era uma modelo bem sucedida muito mimada pelos pais Marcos (José Mayer),
Tereza (Lílian Cabral) e pelo namorado Jorge (Mateus Solano). Durante uma viagem a trabalho que fazia com Helena (Taís Araújo) as duas discutiram e Luciana sofreu um grave acidente de carro que a deixou tetraplégica. Desde então, a novela vem mostrando o sofrimento, o envolvimento da família, a recuperação, o preconceito e os problemas que uma personagem como Luciana passam ao saber da sua situação. O autor da novela, Manoel Carlos, disse, em entrevista publicada no livro Autores: história da teledramaturgia, que procura trabalhar sempre com temas polêmicos em suas tramas, pois acredita que eles façam parte do sucesso da