Mercosul: uma realidade em questão
Introdução
Este artigo objetiva analisar o processo de criação do Mercosul, a formulação de seus objetivos e seus impactos no processo de integração regional tendo como chave de análise um artigo do ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil Antônio de Aguiar Patriota e e um artigo do ex-vice-ministro da Economia da Argentina Orlando Ferreres, bem como consulta ao site do Mercosul e do Itamaraty para coleta de dados.
Antecedentes do Mercosul
Data de 1985 a assinatura da Declaração de Iguaçu pelo presidente brasileiro José Sarney e o presidente argentino Raúl Alfonsín. Através deste acordo, Argentina e Brasil puderam resolver a histórica disputa entre América Espanhola e América Portuguesa pelo controle do prata, que se extendeu do período colonial ao século XX.
Este acordo é compreendido como o primeiro passo no sentido da formação do Mercosul, uma vez que estabeleceu uma comissão bilateral entre os dois países que possibilitou uma série de acordos comerciais na sequência. O Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, assinado entre ambos os países em 1988, fixou como meta o estabelecimento de um mercado comum, ao qual outros países latino-americanos poderiam se unir.
Após um longo período ditatorial em ambos os países, os governos civís recém instalados trabalharam com uma perspectiva de caráter liberal na formulação do acordo, com o intuito de reorientar suas políticas econômicas assumindo um perfil globalizado.
Em função de um cenário internacional desfavorável, marcado pela "crise dos juros" e pelo "segundo choque do petróleo", os investidores estrangeiros resgatam seus capitais investidos no "terceiro mundo". Devido ao fato de terem captado investimentos com taxa de juros flutuantes, a dívida externa dos países latino americanos se tornou "impagável" quando a taxa de juros se elevou a níveis muito acima do previsto. As consequências deste fato foram resseção econômica, crise inflacionária,