Memória da educação escolar no brasil contemporâneo
A proposta fundamental deste trabalho é discutir o conceito de memória – na relação com o de história e de tempo, com o objetivo de abrir brechas alternativas para a pesquisa em ensino de história. Neste sentido, problematiza tendências acadêmicas contemporâneas presentes nesta área de pesquisa, as quais se fundamentam na racionalidade instrumental, e apresenta – a contrapelo destas tendências.
Memória, História e Tempo: perspectivas teórico-metodológicas para a pesquisa em Ensino de História
Na aproximação com este inquietante pensador alemão – Walter Benjamin– que foi também ensaísta, crítico literário, tradutor e ficcionista – podemos, igualmente, encontrar um recurso alegórico de busca, de cesura, de ruptura em relação às práticas dominantes na pesquisa relativa ao ensino de história. Práticas estas presentes no contexto nacional, mas também internacional, no que respeita ao conceito de memória, nas relações com as noções de história, de temporalidade e de educação.
Como temos enfrentado as tendências culturais relativas às memórias, dominantes na contemporaneidade? São tendências prevalecentes na alta modernidade ancoradas na racionalidade instrumental, técnica, as quais, muitas vezes, vêm sendo naturalizadas, cristalizadas também nas práticas de produção de conhecimentos acadêmicos. São práticas totalitárias apresentadas com o estatuto – e o status – da cientificidade (sic!). Perdemos, em grande parte das vezes, a sensibilidade de que estas práticas – fundadas na razão instrumental – têm produzido irracionalidades, têm gerado, cotidianamente, violências nas relações educacionais.
A historiadora Jacy Alves de Seixas, em trabalhos recentes, vem se dedicando às pesquisas relativas ao engendramento histórico dos conceitos de memória, desde a antiguidade greco-clássica até os nossos dias. Tem, igualmente, chamado a atenção para as tradições historiográficas francesa e anglo-saxônicas relativas ao campo