Memória ao conservatório real
“ Em Memória ao conservatório real…, Almeida Garrett afirma que Frei Luís de Sousa é uma obra ambígua quanto ao género literário”
Em Memória ao Conservatório Real, Garrett afirma que Frei Luís de Sousa reflete, em três atos, a simplicidade de uma fábula trágica antiga, feita de catástrofe, terrores e remorsos, amor fatal e uma vítima inocente.
Não obstante a defesa da obra como verdadeira tragédia, não foi atribuída tal classificação por aquela não estar escrita em verso. É inegável a aproximação da obra ao género, quanto ao conteúdo, embora a ação restrinja um conceito familiar cristão, com um fundo nacionalista histórico (domínio espanhol, com o desaparecimento de D. Sebastião); a forma é a da prosa romântica.
Assim a afirmação é verdadeira: entre o conteúdo trágico e a forma do drama, o hibridismo ou a ambiguidade do género impõem-se. * Almeida Garrett rejeita o nome de tragédia para a sua peça por duas razões: primeiro porque a sociedade e a crítica o não permitem; segundo porque esta está escrita em prosa e a tragédia é a mais difícil e sublime das composições poéticas.
No entanto, se não a escreveu em verso, foi porque a prosa, essa sim, serve para falar dos assuntos atuais; alem disso, não se pretender tornar menos digno aquele que foi o maior prosador da Língua Portuguesa.
Se a obra não pode ser assim uma tragédia pela forma, não o deixará de ser pelo conteúdo. Simples, reduzida e com um ambiente familiar, sem artifícios que lhe tirassem forçam e provocando mesmo assim o terror e a piedade.
- Sem invenções, só a própria história para esta não perder a força.
- Uma família, sem outras ações, sem um mau para contraste.
Romantismo
* Características:
- O amor fonte de felicidade e de desgosto (podemos encontrar esta característica no amor entre Madalena e Manuel de Sousa Coutinho, e também destes perante a filha, Maria).
- A nostalgia do paraíso perdido
- O nacionalismo exacerbado
- O público é uma componente