A Trage Dia Cla Ssica Em
1101 palavras
5 páginas
A tragédia clássica emFrei Luís de Sousa
Almeida Garrett criou a acção de Frei Luís de Sousa à luz da tragédia grega, concretizando os vários elementos trágicos numa acção repleta de ansiedade, de presságios na qual cada membro da família protagonista vive o drama colectivo. Assim, D. Madalena cometeu um crime de amor, ao amar Manuel de Sousa Coutinho enquanto casada com D. João de Portugal, desafiou a ordem existente que seria guardar fidelidade ao marido (hybris); o conflito (ágon) parte desta situação, desenvolvendo-se com a mudança de cenário – incêndio do palácio de Manuel e mudança para o palácio de D. João de Portugal (peripécia) – e adensa-se com o regresso e reconhecimento do primeiro marido julgado morto, na figura de um Romeiro (anagnórise), imprevisto que provoca o desfecho com a morte de várias personagens(catástrofe). O desenrolar dos acontecimentos dá-nos conta do sofrimento (pathos),principalmente de Madalena com os seus profundos estados de melancolia e terror, alimentados pelos presságios de Telmo (coro) que se intensificam através da fatalidade das datas, destruição do retrato de Manuel e mudança de habitação (clímax), conduzindo ao desenlace. O sofrimento age sobre os espectadores, despertando neles os sentimentos de terror e piedade para os purificar (catarse).Tal como na tragédia clássica, o fatalismo é uma presença constante. O destino apresenta-se como a força que move os acontecimentos e o futuro das personagens, tornando a obra na sua concepção essencialmente trágica – a família de Manuel não se pode furtar inexorabilidade do destino apesar da sua nobreza e integridade
O drama em
Frei Luís de Sousa
Almeida Garrett recorreu a muitos elementos da tragédia clássica, mas elaborou um drama romântico onde sobressaem os estados psicológicos das personagens; substituiu o verso pela prosa, utilizou uma linguagem coloquial, fluente e próxima das realidades vividas pelas personagens e dos seus estados de espírito, bem diferente de uma