FICHAMENTO MICHEL SERRES
Faculdade de Letras
Aluno (a): Cecília Valle Souza Toledo
N° matricula: 2012034343
Disciplina: Lugares da comida na Literatura Portuguesa
5° período/ 1° - 2014
Professor (a): Sabrina Sedlmayer
30/09/2014
SERRES, Michel. Os cinco sentidos: filosofia dos corpos misturados. Trad. Eloá Jacobina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001. Páginas 153 a 237.
“Eu, boca de ouro, mato a boca longa de Yquem. Não tolero a dúvida, a língua dupla na boca, língua bífida, eu, que falo, ela que saboreia.” (p.154)
“Yquem revela a segunda boca, a segunda língua, e a revela na segunda comunhão.” (p.154)
“Mas a quem não degustou nem sentiu, o saber não pode vir. Falar não equivale à sapiência, a primeira língua precisa da segunda.” (p.154-155) “a sabedoria vem depois do sabor, ela não pode advir sem ele, mas o esquece” (p. 155)
“A sensação dizia-se, inaugura a inteligência. Aqui, mais localizadamente, o paladar institui a sapiência.” (p.155) “O bicho come depressa, o homem saboreia. Desfruta os odores, não caça mais. A crueldade só fareja o sangue.” (p.155)
“Conheceu a necessidade, o desejo, usou, estragou, com remédio ou com paixão, drogou-se certamente, perdeu a sensação. A anestesia retira-lhe a estética.” (p.156)
“O vinho fino trabalha a língua, desperta-a de seu sono narcótico.” (p.156)
“... uma anestesia exclui as outras, ambas excluem a estesia.”(p.157)
“Humildade da segunda língua: o gosto simples, rudimentar, pobre, qual uma razão, distingue apenas quatro ou cinco qualidades, o doce, o amargo, o adstringente, o ácido... Ele pede ao olfato a riqueza festiva.” (p.157) “A segunda língua, no meio das duas outras, a inesgotável e a velada, pudica,que ainda não disse nem degustou, pede agora silêncio e tempo. Nunca tem um nem outro.” (p.158)
“Achem tempo, calem-se, degustem.” (p.158)
“Não passem pelo vinhedo como um tagarela atravessaria o mar, veriam apenas, conforme fosse, folhas verdes ou vermelhas, como o outro só veria água” (p.159)