Memorial
Curso de Técnico de Turismo
3º Ano
Triénio: 2010/2013
O Memorial do Convento
Contextualização histórica da obra
A história desta obra inicia-se, aproximadamente, no ano de 1711, cerca de três anos depois do casamento de D. João V com D. Maria Ana Josefa de Áustria, e termina vinte e oito anos depois - em 1739-, quando se realiza o auto-de-fé que determina a morte de António José da Silva e de Baltasar Mateus Sete-Sóis.
A ação relatada desenrola-se durante a primeira metade do século XVIII, período em que D. João V dirigia a nação.
Nesta período histórico verificou-se um maior afluxo de ouro vindo do Brasil, que teve lugar de 1707 a 1750.
Para além do ouro, entrava no reino o rendimento do tabaco e do açúcar, assim como o comércio de escravos africanos. A par destes bens, o vinho do Porto e a exportação de sal constituíam igualmente uma grande fonte de riqueza para o país.
Assim sendo, é no reinado de D.João V que as condições da economia portuguesa melhoram, embora alguns problemas políticos ocorram em Espanha, mais precisamente a Guerra da Sucessão.
O rei adotou uma postura neutra perante os jogos de poder que se faziam sentir na Europa, tentando afastar-se das manobras políticas.
Vive-se em Portugal um clima de Iluminismo, movimento filosófico que tinha como objetivo difundir o racionalismo cartesiano (que atribui à razão humana a capacidade exclusiva de conhecer e de estabelecer a Verdade) e o experimentalismo de Bacon (que promove o progresso sistemático dos conhecimentos), representado no romance pela construção da passarola.
Contudo, para travar estas novas ideologias, a Inquisição reforça, nesta altura, o seu poder, estendendo-o a todos os setores da sociedade. Ao Tribunal do Santo Ofício cabia o julgamento de vários tipos de crime, e os autos-de-fé constituíam a melhor forma de exibir o poder inquisitorial.
Vários estrangeirados foram contratados para atuarem nos vários campos