Ttulo O ttulo sugere memrias de um passado delimitado pela construo do convento de Mafra, com o que de grandioso e de trgico representou como smbolo do pas. Relao Ttulo/Contedo O ttulo apresenta uma carga simblica quer enquanto sugere as memrias evocativas do passado e pressuposies existenciais, quer ao remeter para o Mundo mstico e misterioso. Ao lado da histria da construo do convento, com tudo o que de grandioso e de trgico representou, surge o fantstico erudito e popular que permite a realizao dos sonhos e as crenas num universo de magia. O Convento de Mafra liga-se ao sonho dos fardes que aproveitam a oportunidade de terem um convento, mas reflete, sobretudo, a magnificncia da corte de D. Joo V e do poder absoluto, que se contrape ao sacrifcio e opresso do povo que nele trabalhou, muitas vezes, aniquilado para servir o sonho do seu rei. Com as memrias de uma poca um romance histrico, mas simultaneamente social ao fazer a anlise das condies sociais, morais e econmicas da corte e do povo. O Narrador na generalidade, heterodiegtico, isto , um narrador de 3 pessoa que relata a histria, que estrutura os factos, mas que, embora no participando na narrativa, consegue organiz-la, manipul-la, controlando-a atravs de um tom judicativo, moralista, atravs dos seus apartes, opinies, tomadas de posio, comentrios e ironias, tantas vezes, custicas. um narrador irreverente, assume uma posio subjetiva em relao ao que narra, que no indiferente, que reage, que se manifesta. Passa a ser um narrador homodiegtico, incluindo-se a si prprio e ao narratrio no fio narrativo, como acontece na apresentao de Baltasar ou na referncia passagem dos condenados no auto de f. Quando o narrador transfere a impessoalidade da 1 pessoa do plural para a individualidade da 1 pessoa do singular, num discurso autodiegtico ganha nova dimenso, tal como ocorre, na apresentao da me de Blimunda nesse mesmo auto de f. tambm um narrador, possuidor de um olhar crtico, que assume, recorrentemente a uma