Memorial de Leitura

Memorial de Leitura Minha inclusão no mundo da leitura começou bem cedo, aos três anos de idade. Lembro que quando minha irmã voltava da escolinha, ela me ensinava tudo o que tinha aprendido. No ano seguinte, depois de eu muito insistir, minha mãe me matriculou nessa mesma escolinha. Entrei direto no Jardim 2, e comecei a conhecer mais as palavras. Quando passei para a segunda série do fundamental, mudei de escola. A diretora dessa nova escola não queria me aceitar, pois eu tinha apenas seis anos e ela dizia que somente poderia me matricular na primeira série. É claro que minha mãe não aceitou. “Como que minha filha vai voltar uma série se ela já sabe ler?”, disse ela. A diretora, então, pediu para que buscássemos uma prova antiga para que eu pudesse ler para ela. E para a sua surpresa ela concluiu que eu sabia mesmo ler e que eu poderia sim acompanhar a turma. Nessa época, os únicos livros que eu lia eram os livros de contos de fadas e os gibis da turma da Mônica. Nas sextas-feiras, essa escola tinha um tempo reservado para “recreação”. Enquanto as outras crianças escolhiam seus jogos, eu procurava alguma coisa para ler. Muitas vezes gostava tanto de uma história que a lia sempre. Na quinta série, minha professora de Português fez com que lêssemos um livro para resumi-lo depois para a turma. O livro que li foi “Um monstro no armário” Acho que foi o primeiro livro “de verdade” que li. E não gostei. O outro livro que li foi “Um sonho no caroço de abacate”. E também não gostei muito. Nessa época eu ainda não sabia como ler um livro realmente. Eu lia porque tinha que ler, não “entrava na história”. Demorava uma semana inteira pra ler o que hoje leio em um dia. Os primeiros livros que li e gostei foram “A droga do amor” e “A marca de uma lágrima”, ambos do Pedro Bandeira. Com esses livros eu conseguia me infiltrar na história e interagir com os personagens. Passava as tardes depois da escola desvendando junto com os “Karas” os