memorial de aires
Memorial de Aires (Machado de Assis)
O diário começa em 9 de janeiro de 1888, dia em que completava um ano à volta do sexagenário ao Rio de Janeiro, depois de passar boa parte de sua vida em serviços diplomáticos pelo mundo.
Acompanhado da irmã Rita, Aires vai ao cemitério para visitar o túmulo da família e dar graças pelo regresso. Os irmãos conversam sobre a morte das pessoas que amam: o marido de Rita e a mulher do conselheiro, que está enterrada na Europa. Vêem, então, Fidélia, jovem viúva que Aires já a avistara em encontro social. Encantado com a beleza da moça, Aires a observa a rezar em frente ao túmulo do marido.
Interessado em Fidélia, Aires vai às bodas de prata do casal Aguiar, que a considera filha. A partir de então, procura se informar tanto sobre a moça – com a qual chega a sonhar estar casando - , quanto sobre o casal, que lhe encanta pela duradoura afeição mútua. Descobre que fidélia casara-se com Noronha contra a vontade dos pais de ambos, inimigos políticos. Em viagem à Europa, morre-lhe o marido. Regressaando, não é recebida pelo pai, barão de Santa-Pia, nem pela mãe, e mostra-se fria e desinteressada por qualquer pretendente a substituto do esposo morto. Acolhem-na o tio, o desembargador Campos, antigo colega de faculdade de Aires, e os Aguiares, que a recebe como a filha que não tiveram. Fidélia aparece para o casal Aguiar como substituta do afilhado amado, Tristão, para o qual também devotam o seu amor filial, na companhia dos pais verdadeiros e, que aos poucos, foi deixando de comunicar-se com os padrinhos.
A esposa de Aguiar ganha, por meio do comedido Aires, algumas das palavras mais doces e emocionais do autor. Isso porque a personagem é um retrato maldisfarçado e confesso de sua esposa, morta recentemente, Ana Carolina. Como Machado, Aguiar “via as coisas pelos seus próprios olhos, mas se estes eram ruins ou doentes, quem lhe dava remédio ao mal físico ou moral era ela.”
Então se assim era D. Carmo,