Memória e Esquecimento
A perda da capacidade de recordar ou de reproduzir o que foi aprendido designa-se por esquecimento. Acontecendo com todas as pessoas, o esquecimento é um fenómeno natural. Trata-se de um processo normal e positivo cuja função é seleccionar materiais inúteis que, ao serem perdidos, criam condições para novas aprendizagens e para uma superior adaptação ao meio.
Esquecimento regressivo
O esquecimento regressivo ocorre quando surgem dificuldades em reter novos materiais e em recordar conhecimentos, factos e nomes aprendidos recentemente. Este tipo de esquecimento é especialmente sentido por pessoas de certa idade e pode dever-se à degenerescência dos tecidos cerebrais.
Esquecimento motivado
Como o próprio termo deixa transparecer, o esquecimento motivado significa que esquecemos porque temos razões (estamos motivados) para esquecer, habitualmente porque uma recordação é desagradável e perturbadora.
Neste sentido, Freud apresentou uma concepção de esquecimento que decorre da sua teoria sobre o psiquismo humano, segundo a qual nós esquecemos o que, inconscientemente, nos convém esquecer. Este esquecimento resulta de um recalcamento, ou seja, é um modo inconsciente de as pessoas se libertarem de recordações perturbadoras. É o que acontece com o esquecimento de situações de medo, dor ou angústia vividas pelo indivíduo.
Interferência das aprendizagens
A interferência é um fenómeno que ocorre quando ao tentarmos recordar algo, uma informação gravada antes (interferência proactiva) ou depois (interferência retroactiva) da que tentamos recuperar impede o acesso a esta. Segundo esta explicação, o esquecimento não significa que a recordação de algo desapareceu, mas sim que outro conteúdo mnésico semelhante ao que tentamos recuperar provocou uma confusão entre elementos informativos, tornando-se assim um obstáculo à reactualização da informação pretendida.
Dois exemplos:
- Um turista francês na sua primeira viagem a