Memória e esquecimento de Deus
FACULDADE DE SÃO BENTO
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM FILOSOFIA
A MEMÓRIA E O ESQUECIMENTO DE DEUS NA ÓTICA DE
SANTO AGOSTINHO
Disciplina: História da Filosofia III
Santo Agostinho (Confissões)
Prof. Dr. Joel Gracioso
Aluno: Bosco Christiano Maciel da Silva
São Paulo, maio 2014
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INTRODUÇÃO
Agostinho busca conhecer a Deus no livro X das Confissões, uma vez que ele sabe que é conhecido por Deus. Perante esta realidade, ele quer fazer a experiência de
Deus, pois ele sente que é amado. Isso o leva a confessar a Deus suas misérias e fraquezas, e a esbarrar-se com o que lhe desagrada. Por esse motivo, ele quer renunciar a si mesmo para estar somente com Deus. Agostinho começa a perceber que somente no interior (na alma) encontrará a Deus e assim estará diante dele. Esse encontro, porém, se dará vencendo as forças exteriores, que é a força da sua natureza.
Agostinho chega aos amplos campos da memória, a qual ele considera um palácio onde estão os tesouros de inumeráveis imagens e lembranças trazidas por percepções e também pelos sentidos. Esse relacionamento que Agostinho enceta com a memória, o coloca diante daquilo que ele realmente é: suas limitações, suas qualidades e defeitos estão todos diante dele, e ele reconhece, no entanto, que não é capaz de compreender inteiramente a si mesmo. Agostinho se enche de admiração e espanto quando fica diante de uma realidade: os homens buscam conhecer grandes lugares, mas esquecem de si mesmo.
A viagem pelos amplos campos do palácio da memória faz Agostinho encontrar com os seus afetos e sentimentos. Ele recorda-se de ter experimentado momentos alegres e tristes, de ter sentido medo, de desejos antigos e sofrimentos físicos e eis que suas emoções também veêm a tona. Coisas que considerava terem caído no esquecimento se encontram agora diante dele; isso o faz pensar no que significa esquecer e ao mesmo tempo lembrar-se novamente.
Agostinho começa a refletir e a perceber que o fato