a memória
● No Menon de Platão
Através da discussão entre Sócrates e Menon sobre a virtude podemos perceber, embora não mencionado diretamente, a crença de Platão na Doutrina do Inatismo, que segundo a qual existem conhecimentos inatos não adquiridos através da experiência, anteriores a ela. Ele introduz ao longo da discussão elementos que explicitam sua crença na imortalidade da alma que é a base do Inatismo, sendo que, a alma é imortal e sabe todas as coisas, assim, o conhecimento é adquirido através da rememoração, aprender uma coisa é na verdade, redescobri-la, lembrar-se dela, já que a alma ja possuía o conhecimento do mesma. Por meio da investigação, a memória recupera o conhecimento que foi adquirido no tempo que abrange a existência e a não existência do homem.
“Como a alma é imortal e nasceu muitas vezes e viu todas as coisas, tanto aqui como no Hades, nada há que ela não tenha aprendido: de modo que não espanta o fato de que ela possa recordar, seja em relação à outras coisas, o que antes sabia.” (Men,. 81 c).
● No Livro X das Confissões de Santo Agostinho
A memória segundo Santo Agostinho é o receptáculo do conhecimento, e que aprender é reunir o que estava oculto na mesma. Considera a memória como um palácio, algo que lhe provoca admiração e espanto, devido à sua imensidão. O “Palácio da Memóra” tem incontáveis cómodos repletos de incontáveis sentimentos, sensações, desejos, imagens etc, incapaz de ser completamente sondado. E é através da memóra também que uma pessoa é capaz de conhecer a si mesma, pois é uma faculdade da alma. O autor tem noção da impossibilidade de conhecimento total do homem, entretanto, ao enunciar características da memória, assume que essa se organiza de acordo com a natureza das imagens que contém. Entre os tipos de memória que enumera tem destaque a memória de Deus, pois, para o ele não se resume à percepção de imagens. Santo Agostinho indica que a memória acerca de Deus parte de um paradoxo, pois esta memória