A memória na História Medieval
A instigação a discussão a respeito da memória e História, a partir dos textos apresentados durante o curso, inicia-se com Maurice Halbwachs na década de 40 e 50, de formação socióloga, seus escritos pioneiros do que seria a memória coletiva seriam acoplados em um livro, posteriormente. O termo memória coletiva refere-se a uma atribuição da memória a coletividade, para o autor o que daria sentido a memória seria não o indivíduo, mas sim sua inserção em determinado grupo, há um “filtro” do coletivo para aquilo que seria a memória individual: a memória só seria possível na medida em que existe o “outro”. Para o autor nem ao menos a infância possui memória totalmente individual, quando pensamos estar formando uma memória individual na verdade esta mesma memória está inserida no coletivo, pois não podemos nos desvincular do tempo e espaço que nos cerca, o que há para Halbwachs é uma tomada de consciência desta coletividade. Portanto: irão existir quantas memórias quantos grupos existirem, em ultima instância, a nação é o ultimo destes grupos. Outro autor, posterior a Halbwachs e que, para além de dialogar com as conclusões de Halbwachs, irá preocupar-se com a nação é Pierre Nora.
Nora produziu entre 1984 a 1993, o texto ao qual tivemos acesso foi produzido em 1989, não por acaso na data de celebração do bicentenário da Revolução Francesa. Nora não irá abrir mão dos apontamentos de Halbwachs, pelo contrário, muito se utiliza dele e parte da ideia de memória coletiva, outrora apontada, no entanto sua preocupação será referente ao binômio História e memória, tema que não é abordado por Halbwachs. Pierre Nora produz sua discussão tendo como base o conceito de lugares de memória. Para este autor