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Análise a partir de “Funes - o memorioso” de Borges e a doença do esquecimento em
“Cem Anos De Solidão” Gabriel Garcia Marquez
Andréia Meinerz1
Resumen:
Analisar a questão da experiência (erfahrung) em Walter Benjamin é contrapô-la à noção de vivência (erlebnis). Na esfera da vivência, saturada de eventos e sensações, resta ao ser humano reagir ao excesso de estímulos/choques. A memória (e seu correlato – o esquecimento) é imprescindível à experiência, mas perante tantos apelos, o ser humano só armazena vivências na camada mais superficial da consciência, impossibilitando recursos para a experiência significativa, portadora de vínculos com o passado e com os outros. Este artigo pretende fazer um diálogo entre a constatação da miséria da experiência na modernidade, o excesso de informações e o esquecimento sintomático com algumas imagens literárias, buscando na literatura elementos que vicejam a reflexão filosófica. O conto de Jorge Luis Borges - “Funes, o memorioso” - e o trecho de “Cem anos de solidão”, de Gabriel Garcia Marquez, sobre a doença do esquecimento permitem este percurso reflexivo. Ao constatar a degradação da experiência na modernidade, questiona-se a possibilidade de realização da experiência, bem como o resgate de seu aniquilamento provocado pelas idiossincrasias da contemporaneidade e, ainda, quais espaços propiciariam este possível resgate.
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Professora SE/RS - Mestre em Filosofia UFRGS. andmein@gmail.com
Viés e revés da memória:
Análise a partir de “Funes - o memorioso” de Borges e a doença do esquecimento em
“Cem Anos De Solidão” Gabriel Garcia Marquez
Como trágica ladainha a memória boba se repete. A memória viva, porém, nasce a cada dia, porque ela vem do que foi e é contra o que foi.
Aufheben era o verbo que Hegel preferia, entre todos os verbos do idioma alemão. Aufheben significa, ao mesmo tempo, conservar e anular; e assim presta homenagem a história humana, que morrendo