Medicina lega
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DATILOSCOPIA 1. INTRODUÇÃO Desde a mais remota antigüidade teve o homem a sua atenção voltada para a identificação, talvez inconscientemente. Assim, vemos o homem pré-histórico marcando os objetos do seu uso, a caverna onde se alojava, etc. O homem sentiu, inicialmente, a necessidade de identificar o que lhe pertencia; os objetos do seu uso, o animal e o escravo. Entretanto, a necessidade de identificar não parou por aí; foi preciso torná-la extensiva ao homem. Era preciso identificar àqueles que se tornassem indesejáveis ou prejudiciais à coletividade. Estes também precisavam ser marcados, para que fossem reconhecidos como malfeitores. Para isso era necessário um sinal que se destacasse perfeitamente e sobre o qual não pairassem dúvidas; naturalmente a identificação das pessoas não tinha por fim dizer se tratava-se de fulano ou beltrano; era preciso, apenas, que o identificado fosse reconhecido como escravo ou malfeitor. A marca empregada parecia satisfazer essa finalidade, constituindo o processo rudimentar de identificação. Assim, começou o homem a fixar identidade dos seus semelhantes com recursos que dispunha. A identificação do homem precisava de adoção de um processo mais civilizado e prático, que proporcionasse absoluta segurança. Na busca desse processo empenharam-se em incansáveis estudos renomados cientistas e estudiosos em questões sociais, medicina legal, antropologia, etc, dentre os quais podemos destacar GALTON, POTTICHER, FERÉ, BERTILLON e, finalmente VUCETICH. Este, em 1891, viu coroado de êxito seus estudos, pois descobriu um processo de identificação utilizando as IMPRESSÕES DIGITAIS de ambas as mãos, ao qual denominou ICONOFALANGOMETRIA, decorrente das palavras decorrentes do grego, sendo IKNOS=sinal, FALANGOS=falange, METRIA=medir. Mais tarde, em 1894, VUCETICH, concordando com a opinião do Dr FRANCISCO LATZINA, também estudioso do assunto, mudou o nome do seu novo processo para DATILOSCOPIA, do grego, DAKTILOS=dedos e SKPOEIN=examinar,