Juadaismo

6776 palavras 28 páginas
Sinagoga Kahal Zur Israel: Guardiã de Memórias do Judaísmo.
Entre o Sagrado e o Profano Tânia Neumann Kaufman1

Introdução
Neste artigo trataremos dos aspectos do sagrado e do profano da cultura judaica, inseridos no plano de musealização implantado e implementado no Centro Cultural Judaico de Pernambuco em 2001. Esta entidade, projetada como um complexo cultural, composto por um memorial da presença judaica em Pernambuco no século XVII, reconstituição da Primeira Sinagoga das Américas, a Kahal Kadosh Zur Israel – A sagrada Congregação Rochedo de Israel e sede do Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco. Por se tratar de um patrimônio inserido num campo de informações denso, plural, não suficientemente conhecido e divulgado, foi preciso explorar nas divulgações as narrativas do campo histórico-antropológico que guardaram resíduos materiais e imateriais “disfarçados” por mais de três séculos na historiografia brasileira. Por isso, ao focalizarmos os documentos que guardam as informações sobre o sagrado e o profano do judaísmo no Nordeste do Brasil visando esclarecimentos, uma indagação é recorrente: Quem és tu? Como posso conhecer-te? A reação imediata é explorar os recursos disponíveis para buscar nos materiais disponíveis os vestígios da realidade na experiência passada dos próprios atores: os cristãos-novos e os judeus. Identificados cronologicamente e situados no espaço, investimos na criação de categorias para a construção de estratégias que favorecem diálogos interdisciplinares com a Museologia. Para trazer o passado para o presente, de forma inteligível, “escutamos” não somente as narrativas da História, mas, também, o imaginário popular da região como repositório de costumes e tradições judaicas. Documentos e iconografias foram contextualizados nos espaços da memória sócio-cultural e suas representações. As alteridades que definem as fronteiras do “outro”, do “diferente”, dos “excluídos” ganham espaço na linguagem utilizada para oferecer ao público uma

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