Medicina Científica
As raízes da medicina científica foram estabelecidas no Renascimento, período de grande crescimento intelectual e desenvolvimento artístico na Europa. Como parte dele, os cientistas e pensadores começaram a se desprender das visões tradicionais que regiam a medicina, tanto no oriente quanto no ocidente. O foco dos tratamentos deixou de ser um equilíbrio natural de ordem divina. O conhecimento avançou através do método científico — pela condução de experimentos, coleta de observações, conclusões. Muitos médicos desta época estudaram e colocaram em causa os conhecimentos e descobertas da Antiguidade (Grécia Antiga e Egito), havendo a divulgação e formulação de informação por meio de uma importante nova tecnologia: a impressão.
Os médicos passaram a analisar a medicina e os tratamentos medicinais de um modo mais objetivo, não atribuindo tanta importância a causas sobrenaturais, como espíritos malignos e demónios, o que acontecia com os métodos medicinais utilizados anteriormente. Foram realizadas diversas pesquisas, tanto a nível anatômico como a nível cirúrgico, principalmente devido a análise de corpos em campos de batalha. Novos tratamentos foram desenvolvidos em pleno campo de batalha, visto que médicos começaram a fazer medicamentos naturais para ajudar pessoas com ferimentos de guerra. Além disso, os feridos de guerra permitiram aos médicos renascentistas fazer cirurgias e analisar o corpo humano de uma forma mais profunda.
A aplicação do método científico na medicina ocorreu, por exemplo, em 1543 quando Andreas Vesalius (1514-64), professor da Universidade de Pádua, publicou um texto ricamente ilustrado sobre anatomia. Com conhecimentos baseados na extensiva dissecação de cadáveres humanos, ele apresentou a primeira descrição amplamente precisa do corpo humano. Outros anatomistas importantes e posteriores a Pádua foram Gabriele Falloppio (1523-62), que descreveu os órgãos reprodutores femininos, dando seu nome às tubas de Falópio, e