MEDALHÃO - MACHADO DE ASSIS
1887 palavras
8 páginas
“O itinerário das dúvidas em Machado de Assis está marcado por alguns contos escritos depois das “Memórias póstumas de Brás Cubas”: “O alienista”, quase novela pela sua longa sequência de sucessos, é um ponto de interrogação acerca das fronteiras entre a normalidade e a loucura e resulta em crítica interna ao cientificismo do século; “O espelho” leva a corrosão da suspeita ao âmago da pessoa, mostrando exemplarmente como o papel social e os seus símbolos materiais (uma farda de alferes, por exemplo) valem tanto para o eu quanto a clássica teoria da unidade da alma; “A sereníssima República”, alegoria política em torno dos modos de resolver ou de não resolver o problema da distância entre o poder e o povo; “O segredo do bonzo”, apologia da ilusão como único bem a que aspiram as gentes. E haveria outros contos a citar, obras-primas de desenho psicológico (“Dona Benedita”; “A causa secreta”; “Trio em lá menor”) e de sugestão de atmosferas (“Missa do galo”, “Entre santos”).” Alfredo Bosi. História concisa da literatura brasileira.
Análise acerca da “Teoria do Medalhão” de Machado de Assis.
por Leandro José Teixeira Barros
Sobre o autor[1]
No final do oitocentos a sociedade brasileira ainda se encontrava com uma economia essencialmente agrícola. Nesse período a produção de café estava em alta, o principal exportador era a província do Rio de Janeiro. No entanto, outras províncias, como Minas Gerais, São Paulo e Rio-Grande do Sul, tinham suas economias centradas ou no mesmo produto, o café, ou diversificava na suas produções, quando ainda predominava as fazendas de gado, lavouras e engenhos de açúcar. No Nordeste, o que se podia constatar era o atraso em relação ao centro-sul, basicamente representado pelo rearranjo econômico, e a o tráfico interprovincial.
No contexto político, este se encontrava as “vésperas” da proclamação da república. Ensaístas e Intelectuais escreviam acerca da “identidade nacional”, visando explicar a