Esquete Teoria do Medalhão Machado de Assis
722 palavras
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Pai (Vitor)Filho (Aléxia ou Isis)
P- Estás com sono?
F- Não Senhor!
P- Nem eu; conversemos um pouco. Sente-se. Que horas são?
F- Onze.
P- Saiu o convite do nosso modesto jantar. Chegaste tu, meu peralta aos 21 anos. Estas homem, longos bigodes, trás no histórico alguns namoros...
F- Papai...
P- Nem venha com denguices, falemos como dois amigos sérios. 21 anos, tu possui algumas apólices, um diploma; podes entrar no parlamento, magistura, entre outros ofícios. Como digo, há uma infinidade trabalhos diante de ti. A vida Janjão é uma enorme loteria, os prêmios são poucos e com suspiros de uma geração é que se amassam as esperanças de outros. Não é verdade?
F- Sim, senhor.
P- Faça economias para guardares o pão da tua velhice.
F- Creia que lhe agradeço. Mas, que oficio não me dirá?
P- Nenhum me parece mais útil e cabido que o de medalhão. Ser medalhão foi o sonho da minha mocidade; faltaram-me, porém, as instruções de meu pai por isso deposito as esperanças que me restam em ti.
F- Entendo!
P- Venhamos ao principal. Uma vez entrado na carreira, deves por todo o cuidado nas ideias que houveres de nutrir para uso alheio e próprio.
F- Mas quem lhe diz que eu...
P- Tu, meu filho, se não me engano, parece dotado da perfeita inópia mental, conveniente ao uso deste nobre oficio.
F- Creio que assim seja. E se eu não tiver à mão um amigo apto e disposto a ir comigo nessa jornada? Isso faz mal? Já que tal oficio, exige certos caprichos?
P- Não faz mal; tens o valente recurso de mesclar-te aos pasmatórios, em que toda a poeira da solidão se dissipa. Tenhas cuidado com o teu vocabulário.
F- Isto é o diabo! Pelo que parece nem posso adornar esse estilo de quando em quando!
P- Podes empregar umas figuras expressivas no teu vocabulário, como por exemplo a hidra de Lerna, a cabeça de medusa, entre outros.
F- Mas vosmecê da o entender que condenas toda e qualquer aplicação de processos modernos.
P- Entendamo-nos. Condeno a aplicação, louvo a denominação. O mesmo