medalhao
No início, o texto lembra um inocente diálogo entre o pai e seu jovem filho, Janjão, que comemorava vinte e um anos de idade. Mas esse seria apenas o pano de fundo para uma análise sobre o comportamento de alguns integrantes da sociedade. O que chama a atenção no conto de Machado é um discurso irônico e fora dos padrões daquela época, repleto de conselhos inescrupulosos sobre como alcançar prestígio em uma sociedade que vive de aparências.
Qualquer semelhança com as atitudes que vemos na sociedade de hoje não é mera coincidência. Por esse motivo é que o conto de Machado continua sempre atual. Até mesmo porque talvez não haja nada tão atual como a valorização do parecer acima do ser, além da vontade de “subir fácil na vida”, seja por meio de trapaças, exposição da própria imagem ou tirando proveito de ondas de modismos culturais tidos como medíocres.
A conversa entre os dois se baseia no futuro profissional do filho. O pai começa lembrando que na vida uns são conhecidos (e reconhecidos), enquanto outros (a maioria) são anônimos. E segue ensinando ao filho uma profissão que, acredita ele, seria a melhor delas.
Dizem que todo pai de certa forma quer se realizar um pouco através da sua prole, e com esse personagem de Machado não poderia ser diferente. Ele admite que sempre quis ser um medalhão e tenta convencer o filho de que essa é a chave do sucesso.
O patriarca chegou a citar algumas possibilidades de trabalho a Janjão, mas seu objetivo final era outro. E o que seria um medalhão?, foi o que perguntou o filho e é o que deve perguntar quem ainda não leu esse conto. O pai explicou que se trata de alguém que aparenta ter conhecimento sem tê-lo, e exemplificou sugerindo que, ao ingressar na facudade, o filho não precisaria