mecanismo da dor
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Fisiopatologia da Dor
VALBERTO
Uma das mais importantes funções do sistema nervoso é a de nos fornecer informações sobre uma potencial lesão corporal. A dor é definida pela Associação Internacional para o
Estudo da dor (IASP) como “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesões reais ou potenciais, ou descrita em termos de tais lesões”. A percepção da dor pelo corpo é chamada de nocicepção, uma complexa série de eventos eletroquímicos que ocorrem entre o local da lesão tecidual e a percepção da dor.
O termo nocicepção vem do latim noci, que significa lesão, dano. Toda nocicepção produz dor, mas nem toda dor é resultado da nocicepção.
Muitos pacientes apresentam dor na ausência de estímulo nociceptivo. Em vista disso, é comum dividir clinicamente a dor em duas categorias: dor aguda, devido, primariamente, à nocicepção, e dor crônica, que pode ser devido à nocicepção, mas na qual fatores comportamentais e psicológicos freqüentemente desempenham o papel mais importante.
A dor pode ser também classificada de acordo com a fisiopatologia (nociceptiva ou neuropática), etiologia (pós-operatória, dor oncológica) ou área afetada (dor de cabeça, dor lombar, dor visceral). O sistema corporal de percepção de dor envolve quatro estruturas anatômicas:
CAP›TULO 2
DE
OLIVEIRA CAVALCANTE
1. Nociceptores, que são estruturas especializadas do sistema nervoso periférico que detectam os estímulos nociceptivos. As fibras aferentes primárias nociceptivas são representadas pelas fibras A-delta (Ad) e C, que, quando estimuladas, transmitem o estímulo para o corno dorsal da medula espinhal.
2. Tratos nociceptivos ascendentes, como, por exemplo, os tratos espinotalâmico e espinohipotalâmico, que transmitem os estímulos do corno dorsal da medula espinhal até os centros superiores localizados no sistema nervoso central.
3. Centros superiores no sistema nervoso central, que são estruturas envolvidas na