Matrilinearidade
Matrilinearidade é um termo aplicado às formas ginecocráticas de sociedade, nas quais o papel de liderança e poder é exercido pela mulher e especialmente pelas mães de uma comunidade. A etimologia de matriarca deriva do grego mater ou mãe e archein (arca) ou reinar, governar. Apesar de fontes arqueológicas confirmarem amplamente a existência de divindades femininas, a realidade de uma sociedade matriarcal é por vezes contestada.
Matrilinearidade é uma classificação ou organização de um povo, grupo populacional, família, clã ou linhagem em que a descendência é contada em linha materna. A partir deste esboço de organograma, não pretendemos mais do que clarificar a compreensão dos pressupostos estruturais social de algumas Comunidades e em seguida, passaremos à sua explicitação.
2.0 Família Matrilinear em Moçambique
Em Nampula assim como no norte de Moçambique as Sociedades são matrilineares, isto é os filhos seguem a linhagem da mão, segundo uma pesquisa efectuada para saber a forma e as relações no seio das famílias.
Considerando o interesse para a análise das formas de família e dos mecanismos que estruturam as relações sociais entre mulheres e homens, julgamos ser interessante reflectir sobre alguns resultados da pesquisa nomeadamente sobre a estrutura matrilinear e a sua relação com a divisão do trabalho e o acesso e o controlo dos recursos.
Devido a situação de casamentos tradicionais que predomina nestas zonas. A tal situação reflecte, em primeiro lugar e segundo os informadores, a perda de influência das estruturas familiares, isto é, ao contrário do que se passa no sul onde o lobolo funciona como elemento que comporta alianças, deveres e obrigações, o abandono da matrilinearidade reforça o modelo patriarcal e traduz-se num enfraquecimento dos laços entre casais. É exemplo desta situação o caso das mulheres separadas e viúvas que foram ou se “sentiram” abandonadas, tendo a maioria delas