O feminismo e a igualdade de gênero no antigo egito: uma utopia da emancipação feminina
Uma Utopia da Emancipação Feminina(
Gregory da Silva Balthazar((
Introdução
Discorrer sobre o feminino por vezes é difícil, sobretudo das individualidades desse sexo, que longe de ser tratado como vítima, como proposto por uma historiografia tradicional, tem seu perfil construído ao longo da história. Muitas vezes o historiador que envereda pelos estudos de minorias, em especial os estudos sobre mulheres, acaba se deparando com a escassez e/ou com a fragmentação das fontes, o que demonstra que o silêncio como algo comum nas mulheres, pois faz parte de seu papel socialmente construído, assim, escrever uma história das mulheres foi durante muito tempo uma questão incongruente ou ausente. De fato, as mulheres permaneceram, até recentemente, à margem da história, em especial, pelo fato de suas ações terem sido subestimadas ou remetidas a uma arena, vista até então, como sendo de menor importância, a saber, o privado. Tal fato abriu espaço para a construção de um problema na reconstituição da história do feminino, bem como fez com que a história se tornasse, pelo menos até metade do século XX, a História da metade da humanidade, ou seja, uma ciência voltada para a ação do homem no tempo. Entretanto, o século XX foi marcado pela ação de um movimento de contestação social: o feminismo[1], o que levou historiadoras a: reivindicar a importância das mulheres na História [o que] significa necessariamente ir contra as definições de História e seus agentes já estabelecidos como ‘verdadeiros’ ou, pelo menos, como reflexões acuradas sobre o que aconteceu (ou teve importância) no passado. E isso é lutar contra padrões consolidados por comparações nunca estabelecidas, por pontos de vista jamais expressos como tais. A história das mulheres (...) questiona a prioridade relativa dada à ‘história do homem’, em oposição à ‘história da mulher’, expondo a hierarquia implícita em muitos relatos