O Processo Ritual, Victor Turner. Cap. 1 - Planos de Classificação em um Ritual da Vida e da Morte.
Victor Turner é considerado introdutor da antropologia simbólica, pois começa a ver os símbolos como coisas que apontam para outras dimensões da estrutura social e que também são ferramentas pelas quais as pessoas podem agir e a estrutura pode mudar. Para ele, a noção de estrutura tem que ceder a noção de processo e para pensar as transformações, deve se observar como certos processos colocam evidencias a estrutura social.
De acordo com Turner, a maioria dos pensadores tentou explicar ou invalidar os fenômenos religiosos, mas ninguém negou a importância das crenças e práticas religiosas para a manutenção e a transformação radical das estruturas humanas, tanto sociais quanto psíquicas. Faz criticas ao trabalho de Morgan, antropólogo que se dedicou ao parentesco e a politica, deixando de lado o estudo da religião, pois considerava como de natureza imaginativa e emocional e que até certo ponto eram ininteligíveis. Assim, em seu trabalho, tenta mostrar o quanto é rico e complexo o simbolismo dos ritos tribais com o objetivo de tornar compreensíveis os fenômenos religiosos das sociedades primitivas.
Inicia seu trabalho de campo entre os ndembos, em um instituto situado na África britânica, que tinha como principal finalidade entender o problema do estabelecimento de relações permanentes e satisfatórias entre os nativos e não nativos, e por isso, nunca houve grande interesse pelo ritual. Porém, Turner acredita que os rituais revelam os valores da sociedade, sendo ela o meio para compreender a constituição essencial das sociedades humanas. Desta forma, o estudo dos ritos tribais é decisivo para a compreensão do pensamento e do sentimento das pessoas sobre certas relações e sobre os ambientes que elas operam e figuraria à pretensão inicial do instituto.
A partir de estudos e observações, certas regularidades são observadas na análise dos dados numéricos e se tornam