Materiais dentários
Regina Helena Porto Francisco
Professora Dra. do IQSC-USP - Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo e-mail: porto@iqsc.usp.br
O melhor material dentário é, e sempre será, o dente natural que consiste numa mistura de hidroxiapatita e colágeno. Seu ponto fraco é que pode ser destruído pela ação do ácido láctico resultante do metabolismo de bactérias, presentes na boca, principalmente a Streptococcus mutans. Este processo gera as cáries e muita pesquisa tem sido desenvolvida para a obtenção de materiais que tenham as propriedades mecânicas do dente natural e também resistência a reações químicas com o ácido láctico e com outras substâncias presentes na saliva e nos alimentos.
Os materiais usados na restauração dos dentes devem combinar um conjunto de características especiais. Devem ser de fácil preparo e aplicação, apresentar alta resistência à degradação e corrosão no ambiente bucal, além de serem biologicamente inertes, adquirir rapidamente as propriedades mecânicas necessárias como alta resistência a pressões, expansão térmica compatível com o dente natural, selar hermeticamente com o tecido dentário vizinho, apresentar cor e transparência compatíveis com o dente natural e ainda ser barato.
• Amálgama - O amálgama é uma mistura de mercúrio (metal que é líquido à temperatura ambiente) com pós de outros metais. Os vários componentes são misturados, colocados no local da restauração e modelados. O material amalgamado endurece. Este tipo de mistura é usado desde o início dos anos 1800.
Atualmente sua composição envolve, geralmente, mercúrio, prata, estanho, cobre e índio. O mercúrio é considerado um veneno bastante perigoso pois uma vez absorvido pelo organismo, nele permanece, causando intoxicação. A eliminação é difícil devido à sua preferência por ligar-se a compostos que não se dissolvem em água e portanto não são expelidos na urina.
Entretanto, a ingestão de mercúrio ocorre através de alimentos contaminados