Marx e a Globalizacao
Marx e a Globalização Como
Lógica do Capital
Utilizando algumas caracterizações gerais salientadas por Octávio Ianni na obra Teorias da
Globalização, procuraremos apresentar as implicações e impressões da globalização como desenvolvimento ampliado do capitalismo moderno, na perspectiva de Marx.
Na perspectiva de Octávio Ianni, a globalização pode ser compreendida como uma nova condição e possibilidade de reprodução do capital surgida principalmente após a Segunda
Guerra Mundial, quando começaram a predominar os movimentos e as formas de reprodução do capital em escala internacionais.
A princípio, por capital se entende um signo do capitalismo, o emblema dos grupos e classes dominantes em escala nacional, regional e mundial. Isto é, o capital de que se fala aqui é uma categoria social complexa, baseada na produção de mercadoria e lucro, ou mais-valia, o que supõe todo o tempo a compra da força de trabalho; e sempre envolvendo instituições, padrões sócio-culturais de vários tipos, em especial os jurídico-políticos que constituem as relações de produção (Ianni, 1996).
Ora, aos poucos, as formas singulares e particulares do capital no âmbito nacional e setorial, subordinaram-se às formas de capital em geral, conforme seus movimentos e suas formas de reprodução em âmbito internacional.
Utilizando os termos da dialética materialista, verificou-se uma metamorfose que é não apenas quantitativa, mas qualitativa, de tal maneira que o capital adquiriu novas condições e possibilidades de reprodução.
A internacionalização do capital se tornará mais intensa e generalizada, ou propriamente mundial, com o fim da Guerra Fria, em fins dos anos de 1980, com a desagregação do bloco soviético e as mudanças de políticas econômicas nas nações de regime socialista.
A partir desse momento, as economias das nações do ex-mundo socialista transformam-se em fronteiras de negócios, inversões,