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Introdução

Como explicar o fenômeno da mundialização da economia no modo de produção capitalista?
Dentre as várias abordagens de análise , acredita-se que retornar à teoria marxiana possibilita a utilização de elementos e categorias esclarecedores do que se tem denominado como um fenômeno novo, ou seja, a “globalização”.
Em primeiro lugar deve-se justificar o termo “mundialização” em substituição ao termo “globalização”, mais difundido na mídia e nas discussões acadêmicas. Ambos os conceitos referem-se ao processo de internacionalização da economia capitalista. Porém o termo “globalização” possui um caráter parcial porque está carregado de ideologia empresarial dos oligopólios americanos e europeus.
Os jornais escritos e televisivos, alguns livros didáticos, as justificativas governamentais para as reformas do Estado (mudanças nas leis trabalhistas, na educação, na previdência social, na saúde, entre outras), as justificativas dos empresários para as demissões em massa e alguns estudos das Ciências Sociais (Sociologia, Economia, Ciência Política, Antropologia, Geografia, História) tendem a demonstrar a “globalização” enquanto um processo inevitável, a que todos os países e indivíduos têm que se conformar e se adaptar.
Só para ilustrar, veja essa citação extraída de um livro paradidático do Ensino Fundamental (5.ª a 8.ª série).

“A Globalização está aí: é um processo que não tem volta. Reagir contra isso seria querer contrariar a ordem natural das coisas. Mas será que ela traz algo de bom para a humanidade? Tudo no mundo, tem seu lado bom e seu lado desfavorável. “ (Strazzacappa; Mantanari, 1998: 42, grifos meus)

A apresentação da “globalização” como um processo inevitável e derivado de leis naturais, tem sido comum na maioria das abordagens mais difundidas e reflete um esforço ideológico de dominação e justificação da hegemonia dos países ricos, sobretudo dos EUA. Chesnais (1996:23) afirma que esse sentido para o referido adjetivo surgiu no começo

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