RESUMO: MÉSZÁROS, I. Marx, nosso contemporâneo, e o seu conceito de globalização.
1- Da “destruição produtiva” à produção destrutiva O caminho histórico da sociedade burguesa é a criação de um mercado mundial, e de uma produção apoiada em suas bases. Estamos submetidos a força destrutiva do capital, e a partir disso somos obrigados a criar uma alternativa positiva ao controle atualmente dominante das mudanças sociais. Nesse sentido, Marx foi o primeiro a formular uma alternativa ao sistema capitalista. Para ele, sob a propriedade privada, as forças produtivas recebem um desenvolvimento unilateral, e por isso tornam-se destrutivas para a maioria. Por isso, Mészáros disse que se chegou a um ponto em que os indivíduos devem apropriar-se em totalidade das forças produtivas para assegurarem sua existência. O sistema reprodutivo do capital “globalizante” já era caracterizado por Marx há 145 anos; ele dizia que a tendência de criar o mercado mundial já estava nas entrelinhas do capital, pois qualquer limite que o sistema capitalista encontra, é considerado como um obstáculo a vencer. No entanto, o capital acaba por encontrar limites nas sua própria natureza, que o empurram a sua abolição. O capital continua com a sua dominação cega que corresponde diretamente à sua natureza, com a sua auto-expansão a todo custo; e caba por não perceber o desastre claro no seu modo de ultrapassar limites. Portanto, concebe-se de forma implícita que sem o imperativo de igualdade a todos os indivíduos – para além de qualquer tipo de hierarquias de dominação e subordinação – o sistema do capital não pode ser superado. A crise estrutural do capital traz consigo, pela primeira vez na história, as possibilidades de por em prática um modo de controle na mudança social, tendo sua contabilidade orientada para o valor de uso necessariamente suprimido pela natureza do capital. É necessário,