Globalização
A VISAO DE PETER BERGER E KARL MARX 1. Especificação e definição do tema O conceito de globalização não está vinculado a um aspecto puramente contemporâneo. De fato, o evento da “mundialização” das relações sociais, econômicas e políticas vem ocorrendo há séculos, de forma paulatina e constante. Embora o fenômeno da globalização não possua um conceito rígido, pode-se caracterizá-lo como a interdependência resultante do entrelaçamento entre sociedades e economias, de tal forma que as ocorrências de um país impactam diretamente outros. Historicamente, argumenta-se que o processo de globalização iniciou-se com as Grandes Navegações, de forma que as relações socioeconômicas deixaram de se concentrar na Europa e passaram a se abrigar em outros continentes. Desde então, o mundo vem se globalizando sempre, de forma que os Estados estão cada vez mais interdependentes, o que está acompanhado das revoluções da tecnologia da informação, como computação e telecomunicações.
O fenômeno da globalização, tão importante para as sociedades, é também tema de estudo da Sociologia, sempre atenta às modificações e interações humanas. Sobre o assunto, apresentamos dois dos grandes filósofos e sociólogos que dissertaram sobre o tema.
Em primeiro lugar, sob o aspecto mais abstrato da globalização, numa perspectiva a respeito do indivíduo e sua consciência humana, Peter Berger argumentou sobre a socialização do ser humano, de forma que o indivíduo, por mais satisfeito que esteja em seu espaço físico real, viaja para outros panoramas, a fim de obter um conhecimento globalizado, conhecendo e difundindo novas culturas, religiões, etc.
Nesse sentido, a interação das sociedades origina-se também da existência dessa característica humana, de socialização secundária. Trata-se, como ele mesmo afirma, da característica cosmopolita da consciência sociológica.
Karl Marx, por sua vez, já previa o fenômeno da globalização desde o século XIX,