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O CAPITAL - Karl Marx
Campo Verde – MT
2014
Resumo
O Capital tem como uma de suas finalidades principais expor o modo de funcionamento da lógica capitalista, que é mais do que apenas um modo de produção, é uma forma de organização social. Para atingir este objetivo Marx desenvolve um caminho que parte das categorias mais abstratas em direção das mais concretas, do que é dado como imediato para aquilo que passa por mediações e, portanto, não é visível ou imediatamente aparente. As transições de uma categoria para outra, assim como as de uma esfera para outra, tem por meta reconstituir no pensamento a totalidade do sistema capitalista, não no sentido de que nada lhe escapa, mas de apreender sua lógica interna, seu modo de funcionamento. Por isso, estas transições só são justificadas no final do argumento, por sua capacidade de reprodução conceitual do mundo, e não no momento em que elas ocorrem1. Parte-se assim da mercadoria, passa-se pelo dinheiro e chega-se ao capital. Inicia-se a análise com o modo de troca mais difundido na sociedade capitalista (a circulação simples), para depois mostrar que este modo de troca só se difundiu de tal maneira por causa de uma troca qualitativamente diferente (a circulação capitalista), que só pode ser explicada se analisada também a própria produção de mercadorias na forma como ocorre dentro desta sociedade (a produção capitalista); por fim, é a análise das distintas trocas e da produção em seu movimento contínuo, e não isoladamente, que permitirá uma compreensão geral da totalidade social (a reprodução capitalista). Proponho, portanto, que se divida em três ‘camadas’ a argumentação do primeiro livro de O Capital: a circulação, que agrupa a forma simples e a especificamente capitalista; a produção capitalista e a reprodução capitalista2. Passo agora a análise de cada uma delas.
1. A circulação
A circulação é analisada nas duas primeiras seções (e, portanto,