maria da penha
A mulher cuja vida mudou, mudou vidas.Lei Maria da Penha Foto: Divulgação
Maria da Penha, da dor à lei
A mulher cuja vida mudou, mudou vidas.
Um casal, com três filhas pequenas, chega em casa. O marido é economista e professor universitário. A mulher, farmacêutica bioquímica com mestrado em parasitologia. Ela põe as crianças para dormir. Ele vai para a sala e liga a TV. Ela toma banho e vai se deitar. De repente, acorda com um tiro nas costas. Imediatamente pensa: "Acho que meu marido me matou". Desmaia. Quando recobra a consciência, vê muitas pessoas à sua volta. São os vizinhos. Assustados, enquanto esperam a ambulância, comentam que houve uma tentativa de assalto. O marido está na sala com o pijama rasgado e uma corda enrolada no pescoço. Por enquanto, só ela sabe que o homem - que sempre agrediu a ela e às crianças - está fazendo um teatro. Mais tarde as investigações vão provar que o marido foi o autor do disparo. Mas o terror não acabou naquela noite. Depois de várias cirurgias e meses de hospital, presa para o resto da vida a uma cadeira de rodas, ela sofrerá um segundo atentado dentro do banheiro da casa. O marido tentará eletrocutá-la. Não consegue, pois ela grita e a babá das filhas aparece.
O nome dele é Marco Antonio Heredia Viveros. O dela, Maria da Penha Maia Fernandes. Vinte e três anos depois do tiro nas costas, a mulher seria homenageada dando seu nome à Lei 11.340, assinada pelo presidente Lula, em 2006. A Lei Maria da Penha que responsabiliza autores de ameaças, agressões, assassinatos embaixo do guarda-chuva da violência doméstica. Mas Maria da Penha é uma entre uma multidão de outras que são submetidas à violência por parte de namorados, noivos, maridos, amantes atuais ou ex. O caso da farmacêutica demonstrou para a opinião pública que a violência doméstica ocorre em qualquer classe social e nível de escolaridade.
No Brasil, desde que a Lei Maria da Penha entrou em vigor, o número de mulheres que