Maria da Conceição Tavares A CRISE FINANCEIRA GLOBAL Revista de Economia Política
Revista de Economia Política (Abr./jun. 1983)
Maria da Conceição Tavares
Na década de 70, o mundo vivenciou o inicio de uma crise econômica. Exemplo disso foram as duas crises do petróleo ocorridas nesses dez anos. O cenário econômico mundial é alterado. Nos próximos vinte anos, principalmente na década de 80, a crise seria agravada. Segundo Maria Conceição Tavares, ocorrerão endividamentos corriqueiros e enormes de grandes empresas, países de terceiro mundo e países socialistas da Europa. Além disso, déficits fiscais estarão em pauta. “A maior crise financeira de que se tem notícia neste século”.
Conceição Tavares começa decifrando a decadência das grandes empresas nesse momento de recessão global. Destaca a situação inicial, com liquidez, para uma baixa taxa de lucratividade mensal. Na questão dos empréstimos, as taxas de juros que antes eram baixas e os prazos de pagamento longos foram alterados para seus respetivos opostos. As empresas “não apenas se tornaram pouco rentáveis como começaram a tornar-se progressivamente insolventes”.
No caso dos países de terceiro mundo, destaca-se a inadimplência devido as dívidas que deveriam ser pagas em curto prazo. São incluídos nesse cenário os países Socialistas europeus e, mais tarde, até “países ricos”. Uns enfrentavam uma fila interminável e outros pediam socorro aos seus bancos.
Para a autora, e acredito que seja uma ação natural imediatista, a primeira conduta dos países era tentar consertar os déficits fiscais por meio de Políticas Ficais e Públicas.
A submissão dos demais países à ortodoxia fiscal e monetária só fez agravar a crise econômica global com tendência a uma depressão prolongada e com agravamento concomitante da crise fiscal.
As vezes, mesmo que tenhamos uma tendência ou tradicionalismo Ortodoxo, “desgrudar do clássico”, arriscar, tentar métodos inovadores e até “apelar” para a heterodoxia é válido e muito importante.
Reagan, Presidente dos Estados Unidos da América