Tudo sobre Inflação
NO
BRASIL C ONTEMPORÂNEO
A moeda, o crédito e o f inanciamento da produção
FLÁVIO AZEVEDO MARQUES DE S AES são temas que estiveram presentes na história econômica do Brasil desde a constituição do Estado Nacional. As crises monetárias e cambiais vêm acompanhando a vida econômica brasileira praticamente desde a Independência e têm exigido constante reflexão por parte dos responsáveis pela política econômica. Podemos lembrar alguns autores que publicaram obras sobre temas monetários desde meados do século XIX: Souza Franco,
Amaro Cavalcanti, J. Wileman, Vieira Souto, Pandiá Calógeras, Inglez de Souza,
Pires do Rio, Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, Ramalho Ortigão, entre outros.
Embora freqüentemente fundada nas teorias monetárias contemporâneas, essa ampla produção respondia essencialmente às questões propostas pela política monetária e cambial. Não se tratava, portanto, de uma reflexão sistemática sobre teorias e políticas monetárias, talvez como reflexo da ausência de cursos superiores de Economia no Brasil. Somente havia cadeiras de Economia Política nas escolas de Direito e de Engenharia, mas com uma orientação teórica mais geral.
M
OEDA E CÂMBIO
Em 1931, por decreto de Getúlio Vargas, foi autorizada a criação de cursos superiores de Economia e Finanças que concediam o diploma de bacharel em
Ciências Econômicas. Outro decreto de Vargas, de 1945, equiparou o status dos cursos de Economia ao de outros cursos universitários (como Medicina, Engenharia e Direito), cabendo ainda lembrar que em 1951 foi regulamentada a profissão de economista no Brasil. Portanto, parece razoável admitir que nos anos 30 e 40 se registrou tendência ao estudo sistemático de Economia em instituições de ensino superior, ao mesmo tempo em que a profissão de economista ganhava algum reconhecimento social.
Com a consolidação dos cursos de Economia, a produção de trabalhos sobre temas econômicos se acentuou. Se até então prevalecia a