a Financeirzação do Capital

A FINANCEIRIZAÇÃO DO CAPITAL

Autor: Marcelo Vasques Vedroni
Universidade Estadual de Londrina – UEL
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Introdução

A mídia nos traz diariamente discussões sobre o comércio internacional, estratégias militares, especulações financeiras, alta dos preços do petróleo, etc. Estas são questões importantes que devem ser estudadas a fundo, tendo em vista o fenômeno da expansão capitalista em escala planetária no século XX. A idéia de Rosa Luxemburgo de que o capital, no seu processo de acumulação, visa dominar todas as áreas do globo ainda não conquistadas, tornou-se visível já há algum tempo por meio das práticas imperialistas implementadas pelas grandes potências econômicas. Desse modo, o capitalismo tornou-se uma totalidade em escala planetária (síntese de múltiplas determinações), da qual os diferentes estados nacionais são partes deste todo, ou, como afirma Marx em seu “Posfácio a Contribuição a Crítica da Economia Política”, elementos de uma totalidade, diferenciações no interior de uma unidade. Além de partes desta totalidade, qual seja do modo de produção capitalista, os diferentes estados nacionais cumprem a função específica de dar condição de existência à totalidade capitalista. São entes inerentes e necessários à sobrevivência do capitalismo como um todo. Porém, contraditoriamente, não formam um conjunto harmônico e equilibrado entre si. Constituem-se num conjunto hierarquizado, rivalizado e em constante disputa, ora por territórios, ora por recursos energéticos como o petróleo, ora por vantagens comerciais, ora por zonas de influência ideológicas, caracterizando-se, portanto, por constantes e acirrados competição e disputa. Neste aspecto, a idéia de Kautsky sobre o ultra-imperialismo (combatida por Lênin) se fragiliza. O capitalismo atual não conduziu o mundo a uma economia organizada e pacífica, sem contradições imperialistas. Pelo contrário, a economia capitalista, principalmente após os anos 1970, agudizou as