Marginalidade nas teorias pedagogicas
De acordo com Dermeval Saviani, vemos essa marginalidade dividida em dois grupos: num primeiro grupo ficam as teorias que veem a educação como um instrumento de equalização social, ou seja, a educação produz e reproduz sendo a superação da marginalidade já num segundo grupo, a educação é vista como um instrumento de discriminação social, portanto, um fator de marginalização.
Cada grupo explica a marginalização de uma maneira colocando as relações entre educação e sociedade. O primeiro grupo mostra uma sociedade em harmonia com a educação, onde existe a integração de ambos, mas a marginalidade é encontrada individualmente em maior ou menor número de seus membros mostrando uma distorção ou desvio da marginalidade que pode e deve ser corrigido, já que neste grupo a educação vem como instrumento de correção dessas distorções mostra uma força ligada com a função de reforçar os laços sociais, garante a união e integração de todos no corpo social, esta função se encontra no limite com a superação do fenômeno da marginalidade, enquanto esta existe intensifica os esforços educativos e quando superada cumpre manter os limites do nível educativo para que não reapareça o problema da marginalidade.
No segundo grupo, acontece o oposto onde a sociedade é essencialmente marcada pela divisão de grupos ou classes que se manifestam a base da força nas condições de vida material, neste quadro a marginalidade está inseparavelmente ligada à própria estrutura da sociedade. Neste caso o grupo que detém maior força se apropria dos resultados da produção social, consequentemente, relega aos demais a condição de marginalizados. Nessa situação a educação depende da parte geradora da marginalidade reforçando e legitimando a marginalização, longe de superar este problema, a educação se converte num fator de marginalização, pois sua forma especifica, reproduz a marginalização social é a produção da marginalidade cultural especificamente a escolar.