Maquinaria e Grande industria
Maquinaria e Grande Indústria
1. Desenvolvimento da maquinaria
John Stuart Mill, em seus Princípios da Economia Política, diz: "È de se duvidar que todas as invenções mecânicas até agora aliviaram a labuta diária de algum ser humano".
"Tal não é também de modo algum a finalidade da maquinaria utilizada como capital. Igual a qualquer outro desenvolvimento da força produtiva do trabalho, ela se destina a baratear mercadorias e a encurtar a parte da jornada de trabalho que o trabalhador precisa para si mesmo, a fim de encompridar a outra parte da sua jornada de trabalho que ele dá de graça para o capitalista. Ela é meio de produção de mais-valia."
"O revolucionamento do modo de produção toma, na manufatura, como ponto de partida a força de trabalho; na grande indústria, o meio de trabalho. É preciso, portanto, examinar primeiro mediante como o meio de trabalho é metamorfoseado de ferramenta em máquina ou em que a máquina difere do instrumento manual".
"Toda maquinaria desenvolvida constitui-se de três partes essencialmente distintas: a máquina-motriz, o mecanismo de transmissão, finalmente a máquina-ferramenta ou máquina de trabalho." As duas primeiras partes, "só existem para transmitir o movimento à máquina-ferramenta ... É dessa parte da maquinaria que se origina a revolução industrial do século XVIII."
"Se examinarmos, agora, mais de perto a máquina-ferramenta ou máquina de trabalho propriamente dita, então reaparecem, grosso modo, ainda que freqüentemente sob forma muito modificada, os aparelhos e ferramentas com que o artesão e o trabalhador de manufatura trabalham, não como ferramentas do homem, porém agora como ferramentas de um mecanismo ou ferramentas mecânicas."
"A máquina-ferramenta é, portanto, um mecanismo que, ao ser-lhe transmitido o movimento correspondente, executa com suas ferramentas as mesmas operações que o trabalhador executava antes com ferramentas semelhantes".