Maquiavel
O texto em estudo é Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortura, o intelectual virtú, de Maria Tereza Sadek. Trata-se de um apanhado geral sobre o escritor florentino, suas ideias e características, onde mais de quatro séculos se passaram e ainda se utiliza o termo Maquiavélico ou Maquiavelismo, que vai além do uso político, dando ideia de perfídia a um procedimento “astucioso, velhaço, traiçoeiro”, sendo assim uma forma de desqualificar o inimigo. Segundo a autora, Maquiavel é o mais citado entre os pensadores políticos, podendo ser apresentado tanto como mestre da maldade quanto conselheiro que alerta os dominados contra a tirania, pois conseguia provocar muito ódio, mas também muito amor. Nascido na Itália, no século XV, Nicolau Maquiavel teve bons estudos e chegou a ter um cargo de destaque na vida pública, mas sofreu com as transições de poder em Florença, chegando a perder seu posto. Durante anos ficou escrevendo seus livros e tentando reconquistar seu trabalho, mas não teve sucesso. Em um trecho de uma carta escrita ao seu amigo Vettori pôde-se perceber a monotonia de sua vida quando passou a morar na propriedade que herdara de sua família. Para Maquiavel, o Estado é capaz de impor a ordem. Para ele, ver e examinar a realidade de tal como ela é e não como se gostaria que ela fosse. Tem-se então uma nova articulação sobre o pensar e fazer política, que põe fim à ideia de uma ordem natural e eterna. A ordem deve ser construída pelos homens para se evitar o caos, e uma vez alcançada, ela não será definitiva, pois sempre há a ameaça de que seja desfeita. Maquiavel se transformou num clássico da filosofia política por ter esse pensamento em constante “transmutação e fluxo”, atraindo a atenção e compreensão de diferentes leitores há mais de quatro séculos. Segundo a autora, é importante “ler, reler, e voltar a ler”. Assim como Hobbies, Maquiavel em seu livro O Príncipe descreve a natureza