Maquiavel Maquiavel discorre em sua obra “O Príncipe” sobre o Estado. Suas ideias abrangem o que diz respeito à manutenção de um Estado forte, legítimo e estável. Repetidamente é afirmado por Maquiavel que o uso da força física, através da ação de um governo, é a principal maneira de se estabelecer tal Estado, mas não seu uso descontrolado. A partir desse eixo surgem os parâmetros pelos quais um governante deve se ater para que se tenha um Estado estável. Maquiavel, ao discutir a natureza humana, traça um perfil de homem que não é intrinsicamente bom, e que esse perfil é observado em todos os tempos da existência humana. Segundo Maquiavel os homens são ingratos, ávidos de lucro, volúveis, simuladores e covardes ante os perigos. Essas características negativas que compõe a sociedade humana, indicam que anarquia e conflitos são desdobramentos necessários desses instintos. Ainda, de acordo com Maquiavel, não haveria como domar tais instintos, visto que eles tem-se demonstrado durante toda a história. Nesse ponto, tal como Hobbes, Maquiavel acredita que a única maneira de enfrentar a natureza humana é através do poder político. Para Maquiavel, há duas formas de poder político: O Principado e a República. O Principado, segundo o autor, prevê um governador forte, com poderes centralizados, a fim de conter instabilidades, como perigo de desfragmentação, corrupção e sujeição à invasões externas. O Príncipe, no entanto não é um ditador, mas mais adequadamente um formador do Estado, de maneira que esse seja estável. A República, no entanto, seria destinada a uma sociedade mais equilibrada e educada, na qual o povo é virtuoso, ou seja, participativo na vida política. A república, para Maquiavel, está relacionada com a questão da liberdade. A liberdade ocorreria conjuntamente com a república, visto que o povo é o guardião da liberdade, agindo contra as opressões. A república prevê uma população ativamente participativa na construção da cidadania e da política no Estado.