Maquiavel

1. Analisando a obra de Maquiavel, “O Príncipe”, discuta como o autor compreende:
a) a importância da fortuna e da virtu na ação do líder político;
Para Maquiavel a virtú, ação virtuosa, habilidades e virtudes necessárias ao governante para tomar e manter o poder, não se vincula à valoração abstrata do bem, agir conforme um dogma preestabelecido dissociado de ações reais, mas em saber como conjugar a fortuna (destino, circunstância) e escolher o melhor momento para agir, as melhores decisões a serem tomadas e tornar real aquilo que foi decidido.
A virtu do líder é a capacidade de fazer algo, líder político capaz de conduzir o Estado para uma situação que não fosse o caos, atributos que reduzem a dependência dele da fortuna, sorte. Não significa ter força, mas qualidade, porque a força sem capacidade de manter e conduzir o poder certamente nã fará o governo prosperar. O líder político de virtú é antes de tudo um sábio, é aquele que conhece as circunstâncias do momento oferecido pela fortuna e age seguro do seu êxito.
Insta recordar que esta concepção de virtú está sob a ótica de conquistar e manter o poder político, uma vez que a perda deste poder significa a vergonha do líder.
Segundo o pensador, o homem virtuoso não é aquele que relega a solução de seus problemas às abstrações da oração, de uma justiça intangível, mas aquele que reage segundo a realidade que se apresenta no momento, de acordo com as peculiaridades que cada situação concreta exige do governante, mesmo que não seja a mais “bondosa” sob o ponto de vista da moral abstrata.
Em sendo assim, a virtú se apresenta naquele que enfrenta perigos e adversidades em face de situações reais e atua de formas diferentes de acordo com a realidade concreta.
Desta forma, as ações políticas não devem ser encaradas como condutas isoladas, mas, por se tratar a política de uma técnica, deve ser tomada no contexto em que a decisão foi determinada, seja para manter ou conquistar o poder. Em outras palavras,