Manifestações culturais no pós guerra.
Inicialmente, para uma análise sobre a produção cultural no período chamado “anos dourados” (1945-1973) usaremos o conceito de cultura para Terry Eagleton, famoso estudioso da área cultural (apesar do viés marxista)- “A cultura é uma forma do sujeito universal agindo dentro de cada um de nós, exatamente com o Estado é a presença do universal dentro do âmbito particularista da sociedade civil.” [1]- Não esquecendo o caráter mutável e particular da Cultura, conseguimos ver as profundas influências que o contexto histórico, material e social exerce no plano cultural. A partir desse conceito, pretende-se nessa parte uma análise da produção cultural inglesa no processo dos “anos dourados”, posterior a Segunda Guerra e se estendendo até a década de 1970, elegendo, é claro, certos processos culturais em detrimento de outros, devido à diversidade e extensão temporal do processo.
Um movimento social/cultural que vale se ressaltar é a chamada geração beat, que surgiu em 1950 nos Estados Unidos e teve influência cultural avassaladora na Inglaterra, já que as bandas de Rock, principalmente os Beatles (trocadilho com a palavra beat) tinham influência direta das idéias do movimento. Ana Elisabeth Iwancow, Dra em ciência da comunicação, faz uma descrição do movimento: “Foi na mudança social promovida a partir dos anos 50, que se estabeleceu uma cultura juvenil-adolescente na sociedade contemporânea. Marcada, inicialmente, pelo movimento beat, expressando o caráter pessimista de uma parcela jovem descrente do passado e do futuro. O beat foi um movimento poético e literário. O termo significava não só batida, mas beatitude, santificação, como também a batida do jazz, o embalo, o ritmo também usado para representar cansaço, saturação. A estética beat valorizava a espontaneidade, a natureza e a expansão da percepção, que seus integrantes alcançariam através das drogas, do jazz e da disseminação das religiões orientais, numa busca