Algumas reflexões sobre a história do movimento estudantil
"A renovação do movimento faz-se pela juventude, livre de toda responsabilidade pelo passado. [...] Apenas o fresco entusiasmo e o espírito ofensivo da juventude podem assegurar os primeiros sucessos na luta; apenas esses sucessos podem fazer voltar ao caminho da revolução os melhores elementos da velha geração. Sempre foi assim. Continuará sendo assim." (TROTSKY, Leon. O Programa de Transição)
Assistimos nestes últimos anos um ressurgir do movimento estudantil em diversos países. Embora sejam as maiores mobilizações dos últimos 40 anos, ainda estamos politicamente muito longe do “levante internacional da juventude” de 1968. A marca de '68 está no impressionante espírito revolucionário da juventude que não se limita às lutas por condições de ensino, mas se lança contra a ordem mundial firmada em Yalta e Potsdam no pós-guerra de “coexistência pacífica” firmado entre os imperialismos aliados e a burocracia stalinista da URSS.
Desfazendo um lugar comum na “história” do Maio Francês... e de todo '68
O impacto das mobilizações de '68 leva as classes dominantes a uma política consciente de mistificar estes acontecimentos, numa tentativa de minimizar a importância política do maio francês no contexto do pós-guerra, tratando-o como uma mera “revolução dos costumes” num “devaneio de juventude”. Não faltam matérias de jornal ou filmes sobre os “libertinos”. O que nunca se fala é que o ponto alto do maio foi a irrupção da classe operária em aliança com o movimento estudantil na greve geral mais selvagem da história do ocidente, colocando a perspectiva da revolução operária e socialista num país central e imperialista como a França! “De qualquer modo, a interpretação mais aceita é que 68 abriu as portas de uma espécie de revolução cultural no Ocidente, na qual se inscreveriam temas como o da sexualidade. Entretanto, dizem Rancière e Zizek que todo mundo esquece que 68 foi uma revolta política. Que ela