Segurança do Trabalho
Por Wulises Paixão, T S T SENAC.
Aproximadamente 27 anos atrás, o Brasil enfrentaria seu maior desastre radiológico e mundial da história. 13 de Setembro de 1987, em Goiânia, dois catadores de lixo e seus instintos curiosos e desinformados, vasculharam as antigas instalações do instituto Goiano de Radioterapia, Santa Casa de Misericórdia, no centro de Goiânia. Ao se depararem com um aparelho de radioterapia abandonado, tiveram a infeliz ideia de remover a máquina com a ajuda de um carrinho de mão até a residência de um deles. Interesse e ignorância foram a peça chave para o fato desastroso. Leigos no assunto e obcecados pelo lucro que obteriam com a venda das partes de metal e chumbo do aparelho para ferros-velhos da cidade, não tinham a menor noção do que era aquela máquina e o que continha realmente em seu interior. Em cerca de cinco dias, desmontaram a máquina, e venderam ao proprietário de um ferro-velho.
Devair Alves Ferreira, dono do estabelecimento, ao desmontar a máquina, expôs-se a 19,26 g de cloreto de césio 137, um pó branco semelhantemente ao sal de cozinha, que no escuro, brilha com uma coloração azul fascinante. O fascínio pela substancia despertou em Devair o interesse de compartilhar o achado ao seus familiares, amigos e vizinhos. Todos eles, impressionados pelo “brilho da morte” levaram amostras para casa, exibição essa, que durou 4 dias aumentando assim, a área de risco e parte do equipamento contaminado para outro ferro-velho da cidade.
Foi necessário algumas horas de exposição para que as primeiras vítimas manifestassem os sintomas da contaminação. Inúmeras pessoas procuraram farmácias, hospitais, apresentando os mesmos sintomas (febre, diarreia, vômitos e tonturas). As pessoas não tinham ideia do que estava acontecendo e muitos foram diagnosticados como doenças contagiosas.
Somente no dia 29 de Setembro de 1987, após a esposa do dono do ferro velho ter levado uma parte da máquina até a sede da Vigilância