FICHAMENTO - Entre a utopia e o mercado, os caminhos da cultura brasileira
Entre a utopia e o mercado, os caminhos da cultura brasileira
Mônica Almeida Kornis
As alterações da cultura brasileira começou a se transformar através de um cenário político pós Segunda Guerra mundial, onde a cultura americana passou a se dissipar por todo o mundo, inclusive no Brasil. Conforme a paisagem se alterava no Brasil a partir dos anos 1950, a inserção da cultura norte americana se fazia cada vez mais presente. O entusiasmo de uma parcela da população em consumir novos produtos e o desejo de transformar um país subdesenvolvido foram as principais motivações pela inclusão da cultura norte americana no país seja no cinema, teatro e arquitetura e artes plásticas em geral. A fase inicial do chamado cinema moderno sofreu uma forte transformação e influência do neorrealismo italiano nascido no pós-guerra que possuía como foco principal abordar os problemas da guerra e documentar a realidade através do cinema. Essa mudança também foi espelhada através do teatro, onde os teatro de vanguarda começaram a se expandir através de peças densas, com atores próximos ao público e com um cenário muito reduzido.
A partir dos anos 1950 a música brasileira também sofreu uma reviravolta surgida na Zona Sul do Rio de Janeiro, a bossa nova, que trazia consigo um som mais intimista que se inspirava no jazz, música popular estrangeira. Os maiores nomes da Bossa Nova são Antonio Carlos Jobim – que musicou versos da poeta Vinícius de Moraes – e João Gilberto que se tornou referência neste estilo musical.
No início da década de 1960, o contexto histórico, não apenas brasileiro, mas também mundial, estava em uma efervescência radicalmente político e cultural, onde os diversos meios de dissipação de cultura sofriam forte influência esquerdista. Intelectuais de esquerda juntamente com a União Nacional dos Estudantes criaram em 1962 o Centro Popular de Cultura (CPC) no Rio de Janeiro a fim de divulgar essa nova arte que possuía uma ligação direta à política e a