Mais valia e trabalho excedente
A idéia de alienação é a peça chave para a compreensão da exploração econômica exercida sobre o trabalhador no capitalismo. A indústria, a propriedade privada e o assalariamento alienavam ou separam o operário dos “meios de produção” ferramentas, matéria-prima, terra e máquina – e do fruto de seu trabalho, que se tornaram propriedade privada do empresário capitalista.
Politicamente, também o homem se tornou alienado, pois o princípio da representatividade, base do liberalismo, criou a idéia de Estado como um órgão político imparcial, capaz de representar toda a sociedade e dirigi-lo poder delegado pelos indivíduos. Alienado, separado e multilado, o homem só pode recuperar a integridade de sua condição humana pela critica radical ao sistema econômico, à política e à filosofia que o excluíram da participação efetiva na vida social.
Segundo Marx, os inalienáveis direitos de liberdade e justiça, considerados naturais pelo liberalismo, não resistem às evidencias das desigualdades sociais promovidas pelas “relações de produção”, que dividem os homens em proprietários e não-proprietários dos meios de produção. Dessa divisão se originam as classes sociais: os proprietários, que são trabalhadores despossuídos dos “meios de produção”, que vendem sua força de trabalho em troca de salário e os capitalistas, que possuindo meios de produção sob a forma legal da propriedade privada, “apropriam-se do produto do trabalho de seus operários em troca do salário do qual eles dependem para sobreviver”.
As classes sociais formadas no capitalismo, burgueses e proletários estabelecem intransponíveis desigualdades entre os homens e relações que são, antes de tudo, de antagonismo e exploração. A oposição e o antagonismo derivam dos interesses inconciliáveis entre as classes.
O capitalista desejando preservar o seu direito á propriedade dos meios de produção e dos produtos e a máxima exploração do trabalho do operário, pagando baixos salários ou