Maioridade penal
Sabemos que essas crianças começam muito cedo no crime, e isso, com certeza, não ocorre exatamente por vontade própria, pois existe um enorme contexto por trás de tudo, contexto esse que muitos, principalmente o Estado, se recusam a enxergar. Elas são, na grande maioria, pobres vivendo em favelas, e pouquíssimas são as que possuem uma família bem estruturada, pois justamente pela condição social de seus pais, acabam sendo abandonadas e isso é apenas o início para o crescimento do sentimento de insegurança e abandono em seus corações. Como uma criança, ao se ver sozinha, pobre, faminta ter uma visão de melhora em sua vida? Já que nem o governo se importa com a situação em que se encontram, elas acabam se tornando “monstros” do sistema, resultado da falta de comprometimento para resolver de uma vez por todas o problema. O descaso é tanto que a maioria das escolas públicas funcionam de forma precária, o lugar que deveria lhes proporcionar prazer e diversão, aprendizagem e respeito, nada mais é que um local abandonado pelo poder público, onde grande parte dos profissionais já estão “saturados” de toda situação o que acarreta na falta de perspectivas de melhora para o futuro, o que se reflete na maioria dessas crianças. E junto a isso, está a saúde pública que de forma ainda mais precária pouco tem a oferecer. E também, o sistema carcerário brasileiro que está em crise, enfrentando enormes problemas, como: superlotação e falta de investimento público, no qual se tornaram apenas depósitos de criminosos, onde não existe quase nenhuma política de recuperação para os detentos.
Ao entendermos o contexto sócio cultural dessas crianças, percebemos que, em meio a toda essa situação, elas acabam encontrando no crime a opção mais viável a se seguir, visto que as portas desse mundo estarão