Loucura - Foucault
Podemos tentar entender a loucura como produto de uma exclusão social, ou seja, uma síndrome da alteridade ocidental em relação ao diferente, uma confluência da discrepância dentre o mundo considerado primitivo e o mundo evoluído.
Michel Foucault percorre um caminho inverso, buscando no passado e reportando-se à Idade Média e Renascença, como período fecundo e fonte originária das manifestações simbólicas da cultura ocidental contemporânea.
Na Idade Média e Renascença, a loucura estava atrelada a aspectos transcendentais de caráter imaginários, inerentes à magia e bruxaria que rondavam esses períodos históricos. Na Idade Clássica, é o Jus Status, o qual representa o poder para julgar e segregar todos aqueles que eram considerados loucos. Com o advento do manicômio, que em seu escopo teria a função social de zelar pelos moribundos, mas que na verdade não passava de um rincão de torturas, onde a loucura passa a ser tratada como uma doença diferente das demais que assolavam o velho continente. Existia o início de um olhar médico sobre a loucura e não mais uma representação simbólica de crenças religiosas ou uma forma coercitiva jurídica-estatal. Foucault argumenta que, durante a idade média, os loucos haviam ocupado o lugar de excluídos da sociedade, antes reservado aos leprosos. Para ele, a clínica psiquiátrica moderna ainda mantinha um padrão de brutalidade ao obrigar os insanos a internalizar os mecanismos de punição.
Durante décadas o mundo ocidental foi acometido pela lepra. Os