Foucault: História da Loucura vs Doença Mental e Personalidade
“Doença mental e personalidade”, publicado em 1954, é um livro que explicita o antigo pensamento de Foucault em relação à patologia mental. Na obra, o autor busca compreender a doença em relação ao homem, estabelecendo uma base para situar à patologia mental, distinguindo-a da patologia orgânica e quebrando o conceito de metapatologia, nos levando a uma reflexão sobre a sua essência em um contexto histórico e social. O autor defende a ideia de que a psicologia tem que ser desvinculada de alguns conceitos pré formados para que se torne precisamente cientifica.
O que, na época era considerado como doença mental, já fora definido de várias formas diferentes: a loucura, que antes era classificada, principalmente pelas religiões, como sendo uma possessão demoníaca [primeiramente do corpo físico; depois do “espírito pelo espírito”(“Doença mental e personalidade” pág.77), por volta do século 17], passou a ser considerada como apenas uma privação da lucidez após o século 18, onde as ideias de sobrenatural começaram a ser questionadas pela sociedade. A partir daquele ponto o louco era apenas desprovido de razão [antes da modernidade “doença mental” propriamente dita não existia (conceitualmente), era considerada como “desrazão”], marginalizado pela sociedade, excluído do convívio social por considerarem que ele não tinha capacidade de conviver e podia representar um risco a si próprio e aos considerados sãos.
Foucault busca nesta obra de 1954 encontrar a verdadeira raiz da doença