Roteiro de aula para "História da Loucura na idade clássica", de Michel Foucault
- Dicionário Foucault: Loucura: História da Loucura (1961) → analisa como, no século XVII, a cultura clássica rompeu com a representação medieval de uma loucra tanto circulante (“nave dos loucos”) quanto considerada como o local imaginário da passagem. A Idade Clássica define, inversamente, a loucura a partir de uma divisão entre razão e desrazão: não mais considerada zona indeterminada que daria acesso às forças do desconhecido, mas como o Outro da razão segundo o discurso da própria razão. Não é objetivo traçar uma história do encarceramento ou do asilo, mas de traçar um discurso que constitui os loucos como objetos de saber.
Durante a década de 1960, o tema da loucura é geralmente cruzado com o tema da literatura e, de um modo mais amplo, com o tema da irredutibilidade de um certo tipo de fala que é, em geral, encarnados por três figuras superpostas: o louco (Hölderlin, Nerval, Nietzsche, Roussel, Artaud), o escritor (Sade, Hölderlin, Nerval, Mallarmé, Rousselm Breton, Bataille, Blanchot), o filósofo (Nieztsche – e o próprio Foucault?).
- sendo a sociedade moderna aquela que instaura dispositivos ultrarracionais de vigilância, punição, normatização, adequação, docilização, é possível pensar que ela seja constituída de sujeitos?
- subjaz na loucura um sujeito? A loucura o desmantela? Na história do seu silencia está decretada sua morte?
- “História da loucura”: não é sobre a loucura, ela recolhe os momentos e o material através dos quais a loucura fala em alguns eventos históricos; dá ouvidos ao louco silenciado na história. É o louco capaz de enunciar a sua própria realidade? Ou sempre terá de emprestar dos profissionais da ordem médico-político-científica os enunciados reveladores de sua frágil subjetividade?
- do fim da Idade Média à Renascença: a loucura está associada a forças místicas (o louco era revelador das contradições e hipocrisias sociais).
- experiência trágica do mundo (fim da Idade Média) – Séc. XVI: